PONEROLOGIA POLÍTICA: A CIÊNCIA QUE REVELA COMO PSICOPATAS CONQUISTAM O PODER
Andrew Lobaczewski documentou o mal sob risco de morte. O ocidente ignorou. Agora pagamos o preço
PRÓLOGO: O MANUSCRITO ESCONDIDO
Varsóvia, 1984. Um homem de sessenta e três anos, com as mãos trêmulas de quem carrega o peso de décadas de terror, senta-se diante de uma máquina de escrever. Está em Nova York, mas sua mente nunca deixou a Polônia. Andrew Lobaczewski, psiquiatra, é o último sobrevivente de um grupo clandestino de cientistas que ousou fazer o impensável: estudar cientificamente o mal no poder enquanto o próprio mal os cercava.
O primeiro manuscrito foi queimado minutos antes de uma batida da polícia secreta comunista. O segundo foi enviado ao Vaticano e desapareceu nos corredores da burocracia eclesiástica, jamais encontrado. Agora, reconstruindo de memória décadas de pesquisa, Lobaczewski tenta, pela terceira vez, entregar ao mundo uma descoberta que custou a vida ou a liberdade de quase todos os seus colegas.
A descoberta era simples na formulação, devastadora nas implicações: o totalitarismo não é um acidente histórico, não é produto de circunstâncias econômicas, não é resultado de ideologias específicas. O totalitarismo é uma doença. Uma infecção. E os agentes patogênicos são identificáveis, mensuráveis, previsíveis.
Lobaczewski chamou sua ciência de Ponerologia Política, do grego poneros, que significa mal ou maldade. E o diagnóstico que ofereceu ao Ocidente foi o seguinte: aproximadamente 6% de qualquer população possui características psicológicas que, em condições normais, são marginalizadas pela sociedade. Mas quando essas condições se deterioram, quando a confiança nas instituições colapsa, quando o cinismo substitui a esperança, esses 6% encontram seu momento. Eles ascendem. E transformam governos em máquinas de destruição voltadas contra seus próprios povos.
O livro Political Ponerology foi finalmente publicado em 2006, quase vinte anos após sua reconstrução. Lobaczewski morreu em 2007, sem ver sua obra receber a atenção que merecia. O Ocidente, ocupado com suas guerras culturais e sua prosperidade superficial, ignorou o aviso. Considerou-o exótico demais, específico demais, produto de um contexto histórico superado.
Hoje, em 2025, enquanto censura algorítmica silencia dissidentes, enquanto lawfare persegue líderes democraticamente eleitos, enquanto organizações globalistas coordenam a destruição de economias nacionais e a dissolução de fronteiras, enquanto a própria definição de homem e mulher é tratada como opinião política, o diagnóstico de Lobaczewski revela-se não apenas relevante, mas urgente. Profético. Terrível.
Esta é a história de como psicopatas conquistam poder. E de como, conhecendo seus métodos, podemos resistir.
PARTE 1: A DESCOBERTA
O psiquiatra sob terror
Andrew Lobaczewski nasceu em 1921 na Polônia, o que significa que teve a singular má sorte de crescer entre duas ocupações totalitárias. Primeiro os nazistas, depois os soviéticos. Essa experiência biográfica não foi acidental para sua formação intelectual: foi constitutiva.
Como estudante de psicologia e depois psiquiatra, Lobaczewski observou algo que seus livros acadêmicos ocidentais não explicavam. Os regimes totalitários não funcionavam como ditaduras comuns. Não se tratava simplesmente de um tirano no poder cercado de oportunistas. Havia algo sistemático, quase orgânico, no modo como o mal se espalhava pelas instituições, corrompia linguagens, invertia significados, transformava pessoas aparentemente normais em cúmplices de atrocidades.
Na Universidade Jaguelônica de Cracóvia, durante os anos mais sombrios do stalinismo polonês, Lobaczewski descobriu que não estava sozinho em suas observações. Um grupo de psiquiatras e psicólogos, trabalhando em segredo absoluto, havia chegado a conclusões semelhantes. Eles se reuniam clandestinamente, compartilhavam dados clínicos, desenvolviam hipóteses. Estavam criando, sem saber, uma nova disciplina científica.
O perigo era real e constante. Na Polônia comunista, questionar a natureza do regime era crime de Estado. Sugerir que os líderes do partido apresentavam características psicopatológicas era suicídio profissional, quando não literal. Um por um, os membros do grupo foram presos, exilados ou simplesmente desapareceram. Lobaczewski foi o último. E foi ele quem carregou a responsabilidade de preservar o trabalho coletivo.
O que é ponerologia?
A palavra ponerologia deriva do grego antigo. Poneros significa mal, maldade, corrupção moral. O sufixo logos indica estudo sistemático, ciência. Ponerologia é, literalmente, a ciência do mal.
Mas Lobaczewski não estava interessado no mal como categoria metafísica ou teológica. Seu objeto era mais específico e, paradoxalmente, mais perturbador: o mal político. O mal que se organiza, que se institucionaliza, que captura estruturas de poder e as volta contra populações inteiras.
A premissa fundamental da ponerologia é que esse mal não é aleatório. Não é produto do acaso ou de circunstâncias irrepetíveis. É um processo com etapas identificáveis, atores previsíveis e mecanismos reproduzíveis. Em outras palavras: pode ser estudado cientificamente.
A contribuição central de Lobaczewski foi demonstrar que o núcleo dos regimes totalitários não é ideológico, mas psicológico. Não importa se o regime se declara comunista, fascista, nacionalista ou progressista. O que importa é a composição psicológica das pessoas que efetivamente controlam as alavancas do poder.
E essa composição, argumentou Lobaczewski com base em décadas de observação clínica, é patológica. Os regimes totalitários são, em sua essência, governos de doentes mentais. Não no sentido metafórico ou pejorativo, mas no sentido clínico e diagnóstico.
Os três manuscritos
A história dos manuscritos de Lobaczewski é, em si mesma, uma parábola sobre a natureza do que ele estudava.
O primeiro manuscrito foi compilado durante os anos 1950 e 1960, resultado do trabalho coletivo do grupo clandestino de pesquisadores. Continha dados clínicos, análises de casos, desenvolvimentos teóricos. Era o produto de décadas de observação em condições que nenhum comitê de ética ocidental aprovaria: os próprios pesquisadores viviam dentro do laboratório, sujeitos às mesmas forças que estudavam.
Esse manuscrito foi queimado em 1968, minutos antes de uma batida policial. Lobaczewski teve tempo apenas de escondê-lo em uma fornalha. Quando a polícia secreta partiu, restavam apenas cinzas.
O segundo manuscrito foi reconstruído ao longo dos anos 1970, desta vez por Lobaczewski sozinho, já que a maioria de seus colaboradores estava morta, presa ou em hospitais psiquiátricos (o destino irônico que o regime reservava para quem questionava sua sanidade). Este manuscrito foi enviado ao Vaticano através de canais diplomáticos. Lobaczewski acreditava que a Igreja Católica, com sua rede internacional e seu interesse histórico nas questões do mal, seria a guardiã ideal.
O manuscrito desapareceu. O Vaticano nunca confirmou seu recebimento. Lobaczewski suspeitava de infiltração comunista nos próprios corredores vaticanos, hipótese que evidências posteriores tornariam bastante plausível.
O terceiro manuscrito foi escrito em Nova York, nos anos 1980, após a emigração de Lobaczewski. Sem acesso aos dados originais, trabalhando apenas com a memória e algumas notas salvas, ele reconstruiu o essencial de sua teoria. Este manuscrito circulou em versões samizdat por décadas, sendo finalmente publicado em 2006 pela Red Pill Press.
A publicação não gerou o impacto que merecia. O mundo acadêmico ocidental, comprometido com suas próprias ortodoxias, tratou a obra como curiosidade. A mídia ignorou. O público geral desconhecia sua existência.
Vinte anos depois, a relevância do trabalho de Lobaczewski tornou-se impossível de negar.
PARTE 2: A ANATOMIA DO MAL POLÍTICO
Os 6%: Perfil dos Patológicos
O número mais citado da ponerologia é também o mais mal compreendido. Quando Lobaczewski fala de 6%, não está dizendo que 6% da população são psicopatas no sentido coloquial. Está descrevendo uma constelação mais complexa de patologias que, juntas, formam o que ele chamou de “estrutura ativa” dos regimes totalitários.
Essa estrutura é composta por diferentes tipos de personalidades desviantes:
Os psicopatas essenciais representam aproximadamente 1% da população. São indivíduos que nasceram sem a capacidade de empatia. Não escolheram ser cruéis; simplesmente não possuem o equipamento neurológico para experimentar os sentimentos dos outros como reais. Para eles, outras pessoas são objetos, ferramentas, obstáculos. A consciência moral, que para a maioria funciona como freio interno, simplesmente não existe.
Robert Hare, o maior especialista mundial em psicopatia, descreveu-os como “predadores intraespecíficos”: humanos que caçam outros humanos não por necessidade de sobrevivência, mas por inclinação natural. Sua inteligência frequentemente elevada, combinada com sua absoluta ausência de escrúpulos, torna-os perigosamente eficientes em ambientes competitivos. Enquanto pessoas normais hesitam, ponderam, consideram consequências para outros, o psicopata age. E frequentemente vence.
Os Caracteropatas são produto de danos cerebrais ou traumas severos que alteraram o desenvolvimento normal da personalidade. Diferentemente dos psicopatas essenciais, eles não nasceram assim. Tornaram-se assim. Lobaczewski identificou vários subtipos: o caracteropata paranoico, perpetuamente convencido de conspiração em torno de si; o caracteropata frontal, cujas lesões no lobo frontal eliminaram inibições sociais; o caracteropata induzido por drogas ou toxinas.
O que une todos os caracteropatas é a presença de uma visão de mundo sistematicamente distorcida combinada com capacidade preservada de funcionamento social. Eles parecem normais, argumentam de forma aparentemente coerente, ocupam posições de responsabilidade. Mas sua percepção da realidade está fundamentalmente comprometida.
Os esquizoides completam a estrutura patológica. Lobaczewski usava o termo em sentido mais amplo que o diagnóstico moderno. Referia-se a indivíduos caracterizados por desconexão emocional, racionalismo frio, incapacidade de compreender as nuances do sentimento humano. Não são necessariamente cruéis, mas são cegos. Podem elaborar teorias sociais ou políticas de aparência brilhante que, implementadas, causam devastação, porque foram construídas sem nenhuma consideração pela realidade emocional das pessoas afetadas.
Juntas, essas categorias compõem os famosos 6%. Individualmente, são marginais. Coletivamente, quando encontram as condições certas, são letais.
Os 12-18%: O Exército de Idiotas Úteis
A estrutura patológica não governa sozinha. Precisa de auxiliares. E os encontra em abundância.
Lobaczewski identificou uma segunda camada populacional, compreendendo entre 12% e 18% de qualquer sociedade. São pessoas que, sem serem clinicamente patológicas, apresentam características que as tornam especialmente vulneráveis à manipulação pelos 6%.
Algumas são simplesmente fracas de caráter, dispostas a seguir qualquer autoridade que prometa segurança ou vantagem. Outras são ideologicamente comprometidas a ponto de sacrificar o senso crítico no altar de suas convicções. Outras ainda são oportunistas, que reconhecem nas patocracias emergentes uma chance de ascensão que a meritocracia normal lhes negaria.
Lenin, com seu característico cinismo, chamou-os de “idiotas úteis”. O termo é preciso. Eles são genuinamente úteis para o projeto totalitário, fornecendo a massa crítica necessária para implementar políticas e silenciar opositores. E são genuinamente idiotas, no sentido de não compreenderem o jogo do qual participam.
Os idiotas úteis acreditam na ideologia. Esse é o ponto crucial. Os psicopatas no topo da pirâmide sabem que a ideologia é apenas ferramenta, máscara, pretexto. Mas os idiotas úteis tomam a ideologia ao pé da letra. Acreditam que estão construindo o paraíso socialista, protegendo a raça superior, salvando o planeta, combatendo o fascismo, promovendo a inclusão. Essa crença sincera os torna eficientes e implacáveis.
Quando a mãe denuncia o filho às autoridades por “pensamento incorreto”, quando o funcionário público recusa serviço a quem não apresenta credencial ideológica adequada, quando o professor destrói a carreira do aluno dissidente, raramente há crueldade consciente. Há convicção. E a convicção, como observou Nietzsche, é uma prisão mais segura que a mentira.
Doublespeak: A Linguagem Dividida
George Orwell, em 1984, descreveu o fenômeno que chamou de doublethink: a capacidade de manter simultaneamente duas crenças contraditórias, aceitando ambas como verdadeiras. Lobaczewski, trabalhando independentemente e a partir de observação direta, chegou a conclusões semelhantes.
A linguagem totalitária opera em dois níveis simultâneos. Há o significado exotérico, destinado às massas e aos idiotas úteis. E há o significado esotérico, compreendido apenas pelos iniciados no poder.
Quando o regime comunista falava em “democracia popular”, o significado exotérico era governo do povo. O significado esotérico, compreendido por todos os quadros do partido, era ditadura do Partido Comunista. Quando falava em “justiça social”, o significado exotérico era equidade e prosperidade para todos. O significado esotérico era expropriação, terror e controle total.
Esse duplo registro não é acidente ou corrupção do linguajar original. É função essencial. Permite que os verdadeiros detentores do poder se comuniquem entre si com precisão cirúrgica enquanto mantêm as massas em estado de confusão permanente.
Traduzindo para o vocabulário contemporâneo: quando a esquerda globalista fala em “democracia”, significa governo por instituições não eleitas alinhadas à sua agenda. Quando fala em “direitos humanos”, significa dissolução de soberanias nacionais. Quando fala em “diversidade”, significa uniformidade ideológica. Quando fala em “inclusão”, significa exclusão de dissidentes. A estrutura do doublespeak não mudou; apenas o vocabulário específico.
Lobaczewski chamou a atenção para um fenômeno particularmente pernicioso: o bloqueio reversivo. Trata-se de afirmar enfaticamente o oposto da verdade, forçando a mente do ouvinte a procurar um “meio-termo” que, por construção, já está deslocado em favor da mentira.
Quando a mídia afirma que “não há evidências de fraude eleitoral”, sendo que há abundantes evidências, a pessoa de boa-fé, buscando o equilíbrio, tende a concluir que “talvez haja algumas irregularidades menores”. O ponto central, a possibilidade de fraude sistemática, foi evacuado do debate sem precisar ser confrontado diretamente.
Patocracia: Governo Contra o Povo
O conceito culminante da ponerologia é a patocracia: um sistema político dominado por indivíduos patológicos, operando contra os interesses da população que governa.
Diferentemente de uma ditadura comum, onde um tirano busca vantagens pessoais enquanto mantém o sistema funcionando razoavelmente, a patocracia é intrinsecamente destrutiva. Os patologistas no poder não conseguem, mesmo quando tentam, produzir resultados positivos consistentes. Sua psicologia distorcida os impede de compreender o que pessoas normais precisam e valorizam.
A patocracia é caracterizada por uma seleção negativa sistemática. Em regimes saudáveis, competência e integridade tendem a ser recompensadas. Em patocracias, essas qualidades tornam-se obstáculos à ascensão. Quem tem consciência demais hesita em fazer o necessário. Quem tem competência demais ameaça superiores medíocres. Quem tem integridade demais não aceita os compromissos exigidos.
O resultado é um processo de degradação contínua do capital humano nas posições de poder. Cada geração de líderes é pior que a anterior. Os mais capazes são eliminados, marginalizados ou emigram. Os que permanecem são os mais adaptados ao ambiente patológico: os mais cruéis, os mais cínicos, os mais vazios.
Lobaczewski estimou que apenas 18% de qualquer população genuinamente apoia sistemas patocráticos. Os outros 82% os experimentam como opressão alienígena. Isso explica a instabilidade crônica desses regimes: eles são permanentemente minoritários, dependentes de coerção e propaganda para se manter.
PARTE 3: A HISTÓRIA SANGRA EVIDÊNCIAS
União Soviética: 20 Milhões de Mortos
A experiência soviética oferece o caso paradigmático de patocracia. Lobaczewski o conhecia intimamente, tendo vivido sob sua sombra na Polônia do pós-guerra.
Vladimir Lenin, fundador do Estado soviético, apresentava múltiplos traços identificados pela ponerologia como patológicos. Sua capacidade de racionalizar atrocidades era ilimitada. “Você não pode fazer uma omelete sem quebrar ovos”, dizia, enquanto os ovos quebrados se contavam aos milhões. A desumanização sistemática de classes inteiras (“burgueses”, “kulaks”, “inimigos do povo”) permitia-lhe ordenar execuções em massa com a tranquilidade de quem assina memorandos administrativos.
Mas foi Joseph Stalin quem elevou a patocracia soviética à sua expressão máxima. Stalin era, pelos critérios diagnósticos modernos, quase certamente um psicopata essencial. Sua paranoia era lendária, mas instrumentalmente funcional: mantinha subordinados em estado permanente de terror, incapazes de conspirar porque incapazes de confiar uns nos outros.
O Grande Terror de 1937-1938 consumiu praticamente toda a velha guarda bolchevique. Homens que haviam feito a revolução, que haviam lutado lado a lado com Lenin, foram fuzilados após “confissões” obtidas por tortura. A lógica era impecável dentro de seus próprios termos: qualquer pessoa capaz de fazer uma revolução era, por definição, capaz de fazer outra. Tinha que ser eliminada.
O Gulag, sistema de campos de concentração soviéticos, representou a industrialização da crueldade. Milhões de pessoas foram enviadas para trabalhar até a morte na Sibéria, no Cazaquistão, no Ártico. Os crimes eram frequentemente imaginários: uma piada sobre Stalin, uma denúncia anônima de um vizinho invejoso, pertencimento à nacionalidade errada.
Aleksandr Solzhenitsyn, em seu monumental Arquipélago Gulag, documentou o sistema com precisão de sobrevivente. Sua conclusão ecoa Lobaczewski: “A linha que separa o bem do mal passa pelo coração de cada ser humano. E quem está disposto a destruir um pedaço de seu próprio coração?”
O custo humano da patocracia soviética é debatido por historiadores. As estimativas variam de 20 a 60 milhões de mortos, dependendo de como se contabilizam as fomes induzidas (como o Holodomor ucraniano), as mortes nos Gulags, as execuções sumárias, as deportações de povos inteiros. Qualquer que seja o número preciso, é da ordem de grandeza de uma catástrofe civilizacional.
China de Mao: 60 Milhões Sacrificados
Se Stalin demonstrou o que a patocracia podia fazer na escala de um continente, Mao Tsé-Tung mostrou o que podia fazer na escala de uma civilização milenar.
O Grande Salto Adiante (1958-1962) foi provavelmente a maior catástrofe provocada por decisão política individual na história humana. Mao decidiu que a China industrial alcançaria a Grã-Bretanha em quinze anos. Para isso, ordenou a coletivização forçada da agricultura e a industrialização instantânea através de fornos improvisados de aço em cada aldeia.
O resultado foi a Grande Fome Chinesa. Camponeses foram forçados a abandonar campos de arroz para fundir ferramentas agrícolas em aço de qualidade inútil. A produção agrícola colapsou. As autoridades locais, temendo punição, relataram colheitas fictícias, baseadas nas quais o governo central confiscou grãos que não existiam.
Estimativas modernas situam a mortalidade entre 30 e 45 milhões de pessoas em três anos. É o maior assassinato em massa por fome da história, superando todas as fomes naturais combinadas.
E Mao não parou. Quando a realidade do fracasso tornou-se inegável, em vez de admitir o erro, ele lançou a Revolução Cultural (1966-1976). Jovens foram mobilizados em Guardas Vermelhos para destruir os “quatro velhos”: velhas ideias, velha cultura, velhos costumes, velhos hábitos. Na prática, isso significava destruir bibliotecas, templos, monumentos, e perseguir qualquer pessoa com educação, experiência ou pensamento independente.
Professores foram espancados por alunos. Médicos foram enviados para trabalhar em campos. Escritores foram obrigados a queimar suas próprias obras. A própria continuidade da civilização chinesa foi posta em risco por uma campanha de barbárie planejada.
O caso Mao ilustra um aspecto crucial da ponerologia: a capacidade do patologista de insistir no erro. Uma pessoa psicologicamente saudável, confrontada com evidência esmagadora de que sua política está causando dezenas de milhões de mortes, reconsideraria. Mao dobrou a aposta. Isso não é coragem nem convicção; é incapacidade constitucional de processar realidade.
Nazismo: Psicopatas Usando Nacionalismo Como Cavalo de Troia
O caso nazista é frequentemente mal compreendido. Muitos o interpretam como patologia especificamente alemã, ou especificamente antissemita, ou especificamente fascista. A análise ponerológica sugere interpretação diferente: o nazismo foi uma patocracia que usou o nacionalismo como veículo, assim como o comunismo usou o igualitarismo.
Adolf Hitler apresentava características que, em contexto clínico, seriam diagnosticadas como transtorno de personalidade. Sua grandiosidade, sua certeza absoluta, sua capacidade de manipular audiências, sua total ausência de remorso, são consistentes com o perfil psicopático essencial.
Mas Hitler não era solitário. O círculo interno nazista era um verdadeiro catálogo de patologias. Heinrich Himmler, arquiteto do Holocausto, era obcecado com ocultismo e pureza racial até o nível de absurdo clínico. Hermann Göring era um viciado em morfina megalomaníaco. Joseph Goebbels era um manipulador compulsivo que terminou assassinando os próprios filhos. Reinhard Heydrich, o “carniceiro de Praga”, foi descrito até por outros nazistas como homem sem qualquer emoção humana.
A “Solução Final”, o extermínio industrializado de seis milhões de judeus, é frequentemente atribuída à ideologia antissemita. Mas a ideologia, aqui, era pretexto. Regimes patocráticos precisam de inimigos. Se não existirem, serão inventados. Os judeus, historicamente marginalizados e identificáveis, serviram ao propósito. Poderiam ter sido ciganos (e foram, em escala menor), poloneses (foram), eslavos (foram), deficientes (foram). O mecanismo é independente do alvo específico.
Hannah Arendt, cobrindo o julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém, cunhou a expressão “banalidade do mal”. Eichmann não era um monstro demoníaco. Era um burocrata medíocre, incapaz de pensamento independente, que organizou o transporte de milhões para câmaras de gás com a mesma eficiência administrativa com que teria organizado o transporte de mobiliário.
A banalidade do mal é, precisamente, o que a ponerologia descreve: a capacidade de sistemas patológicos de recrutar pessoas comuns para tarefas monstruosas, através da fragmentação de responsabilidade, da desumanização de vítimas e da criação de microambientes morais onde o inaceitável torna-se normal.
Cuba e Venezuela: Patocracias Latino-Americanas
A América Latina oferece exemplos contemporâneos de patocracia em diferentes estágios de desenvolvimento.
Cuba, sob Fidel Castro, foi uma patocracia consolidada por mais de sessenta anos. Castro apresentava os traços clássicos: grandiosidade narcisista, incapacidade de admitir erro, manipulação constante, crueldade calculada. Sua revolução, inicialmente popular, rapidamente se revelou um sistema de opressão pessoal disfarçado de ideologia.
O paredón (pelotão de fuzilamento) eliminou milhares nos primeiros anos. Os campos de trabalho forçado da UMAP internaram homossexuais, religiosos e dissidentes. A vigilância através dos Comités de Defensa de la Revolución penetrou cada quarteirão. A economia foi destruída não por embargo americano (pretexto conveniente), mas por estatização incompetente e planejamento central delirante.
O caso venezuelano é mais recente e, de certa forma, mais didático, porque pudemos observar a patocracia se instalar em tempo real.
Hugo Chávez chegou ao poder em 1999 prometendo “socialismo do século XXI”. Seguiu o roteiro clássico: cooptação de instituições, eliminação de independência judicial, controle de mídia, perseguição de oposição. A Venezuela, que já fora um dos países mais prósperos da América Latina, iniciou declínio que seu sucessor Nicolás Maduro acelerou dramaticamente.
Maduro é talvez o exemplo mais puro de incompetência patocrática em posição de poder. Sua gestão transformou a nação com as maiores reservas de petróleo do mundo em país onde falta papel higiênico, onde a inflação superou um milhão por cento, onde mais de sete milhões de pessoas fugiram.
A fraude eleitoral de 2024, quando Maduro declarou-se vencedor de eleição que claramente perdeu, é demonstração textual de doublespeak patocrático. As atas eleitorais, publicadas pela oposição, mostravam vitória esmagadora de Edmundo González. Maduro simplesmente ignorou, proclamou vitória e esperou que o tempo e a repressão normalizassem a mentira.
Pol Pot e Khmer Vermelho: Genocídio Como Lógica Patológica
O Camboja de Pol Pot representa talvez o caso mais extremo de patocracia na história moderna, precisamente porque foi levado às últimas consequências lógicas.
Pol Pot, educado em Paris, era um intelectual marxista-leninista que decidiu reiniciar a civilização cambojana do zero. O “Ano Zero” seria um recomeço total. Cidades foram esvaziadas à força. Moeda foi abolida. Religião foi proibida. Família foi desmembrada. Qualquer pessoa com educação, óculos, mãos macias, sotaque urbano, era automaticamente inimiga.
Em quatro anos (1975-1979), o regime dos Khmers Vermelhos matou entre 1,5 e 2 milhões de cambojanos, de uma população de cerca de 8 milhões. Foi, proporcionalmente, o genocídio mais intenso do século XX.
Os campos de extermínio como Tuol Sleng (S-21) operavam com eficiência industrial. Prisioneiros eram fotografados na chegada, torturados até confessarem crimes imaginários, e executados. Das cerca de 17.000 pessoas que passaram por S-21, sobreviveram sete.
O que torna o caso cambojano particularmente ilustrativo é a pureza da lógica patológica. Não havia ganho material na destruição. Não havia inimigo externo real que a justificasse. Era destruição pela destruição, ideologia levada ao absurdo terminal. Quando a única ferramenta é o martelo, tudo parece prego. Quando a única política é a eliminação, todos parecem elimináveis.
PARTE 4: A PATOCRACIA GLOBALISTA (2025)
Klaus Schwab: “Você Não Terá Nada e Será Feliz”
O Fórum Econômico Mundial, fundado por Klaus Schwab em 1971, evoluiu de conferência de executivos suíços para o que seu próprio fundador descreve como o “parlamento informal do mundo”. O WEF reúne anualmente em Davos chefes de Estado, CEOs de corporações globais, líderes de ONGs, celebridades e acadêmicos selecionados.
A agenda do Fórum tornou-se progressivamente mais ambiciosa. O “Great Reset” (Grande Reinício), lançado em 2020 durante a pandemia de COVID-19, propõe nada menos que a reconstrução do capitalismo global. Schwab declarou explicitamente que a pandemia oferecia “janela de oportunidade” para transformações que seriam impossíveis em tempos normais.
O slogan promocional “você não terá nada e será feliz”, apresentado em vídeo oficial do WEF, resume a visão. Propriedade privada seria substituída por “serviços”. Você não teria carro; usaria transporte compartilhado sob demanda. Não teria casa; alugaria espaço conforme necessidade. Não teria privacidade; dados pessoais seriam moeda de troca. Essa visão seria imposta não por revolução violenta, mas por convergência de regulação, tecnologia e pressão social.
O programa “Young Global Leaders” do WEF treinou centenas de futuros líderes mundiais, incluindo Emmanuel Macron, Justin Trudeau, Jacinda Ardern e diversos outros. Schwab orgulha-se de que o Fórum conseguiu “penetrar gabinetes” de governos. A palavra “penetrar” é dele.
A patocracia globalista difere das patocracias nacionais do século XX em estrutura, mas não em essência. Não há um ditador único, mas uma rede de instituições interligadas (WEF, ONU, OMS, FMI, Banco Mundial, fundações filantrópicas) que coordenam políticas supranacionais. Não há partido único, mas há consenso ideológico tão rígido quanto qualquer ortodoxia comunista: mudança climática como emergência existencial, diversidade como valor absoluto, governança global como necessidade inevitável.
George Soros: Financiador do Caos
George Soros, especulador financeiro húngaro-americano, construiu fortuna apostando contra moedas e economias (lucrou bilhão de dólares em um único dia quebrando a libra esterlina em 1992). Posteriormente, dedicou parte dessa fortuna a “filantropia” através da Open Society Foundations.
As Open Society investem bilhões anuais em uma constelação de organizações que promovem agenda específica: imigração irrestrita, descriminalização de drogas, reforma de sistemas judiciais (sempre na direção de leniência com criminosos), ativismo eleitoral, “justiça racial”, “direitos reprodutivos”. Promotores distritais financiados por Soros foram eleitos em várias cidades americanas, produzindo onda de crimes que devastou comunidades.
No Brasil, organizações financiadas pela Open Society incluem diversos veículos de mídia, ONGs ambientalistas, grupos de “direitos humanos” e movimentos de pressão política. A penetração é profunda o suficiente para que criticar Soros seja automaticamente classificado como “antissemitismo” pela própria mídia financiada.
O padrão Soros é consistente: financiar caos em nome de sociedade aberta. A contradição é apenas aparente. Sociedade genuinamente aberta, com cidadãos independentes e comunidades coesas, é resistente a manipulação externa. Sociedade atomizada, com famílias destruídas, tradições abandonadas, fronteiras inexistentes, é infinitamente maleável. O “abre-alas” de Soros é precisamente a destruição das estruturas que protegem populações contra predação.
Big Tech: Censura Algorítmica e Engenharia Social
As grandes corporações de tecnologia (Google, Meta/Facebook, Apple, Amazon, Microsoft) concentram poder sem precedente na história humana. Elas não apenas dominam mercados; dominam a própria infraestrutura de comunicação, informação e comércio.
A censura praticada por essas corporações é, em muitos aspectos, mais eficiente que a censura estatal clássica. Não requer polícia secreta, não produz mártires óbvios, não precisa se justificar em termos legais. É censura “privada”, exercida como “moderação de conteúdo” segundo “termos de serviço” que ninguém lê e que mudam arbitrariamente.
Os algoritmos de recomendação de plataformas como YouTube, Facebook e TikTok não são neutros. Eles maximizam “engajamento”, o que na prática significa maximizar emoções intensas: medo, raiva, indignação. O conteúdo que gera essas emoções é promovido; o que não gera é suprimido. O resultado é ambiente informacional estruturalmente enviesado para extremismo.
Mas o viés não é simétrico. Estudos sistemáticos demonstram que conteúdo conservador é consistentemente desamplificado em comparação com conteúdo progressista. Contas conservadoras são desmonetizadas, banidas ou shadowbanidas (tornadas invisíveis sem aviso) em taxas muito superiores às contas progressistas. As “verificações de fato” que supostamente combatem desinformação são realizadas por organizações de viés consistentemente esquerdista.
A coordenação entre Big Tech e governo foi documentada nos “Twitter Files”, série de revelações internas publicadas após a aquisição do Twitter por Elon Musk. Funcionários do FBI, da CIA, do DHS e de outras agências mantinham canais diretos com moderadores de conteúdo, solicitando remoção de contas e supressão de histórias. A linha entre “empresa privada” e “braço estatal” tornou-se indistinguível.
ONU e OMS: Governança Global
A Organização das Nações Unidas, fundada após a Segunda Guerra Mundial como fórum de cooperação entre nações soberanas, transformou-se em veículo de agenda ideológica específica.
A Agenda 2030, adotada em 2015, estabelece 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” que, lidos com atenção, constituem programa de transformação social radical. “Acabar com a pobreza” significa redistribuição global de riqueza. “Igualdade de gênero” significa dissolução de papéis sexuais tradicionais. “Cidades sustentáveis” significa restrição de mobilidade e propriedade. “Consumo responsável” significa racionamento imposto.
A Organização Mundial da Saúde, durante a pandemia de COVID-19, demonstrou como a “governança global de saúde” pode ser instrumentalizada. A OMS inicialmente negou transmissão humana do vírus (protegendo a China), depois recomendou lockdowns catastróficos para economias, depois pressionou por vacinação obrigatória de toda a população mundial, incluindo crianças com risco estatisticamente zero.
O “Tratado Pandêmico” em negociação transferiria à OMS poder de declarar emergências sanitárias globais com consequências vinculantes para todos os países signatários. Seria, na prática, autorização para governança supranacional por decreto médico.
COVID-19: Ensaio Geral
A pandemia de COVID-19 funcionou como teste de stress para os mecanismos de controle global e também como revelação de vulnerabilidades.
O vírus, muito provavelmente originado no Instituto de Virologia de Wuhan (hipótese inicialmente censurada como “teoria conspiratória” e posteriormente admitida como possível até por agências de inteligência americanas), espalhou-se globalmente no início de 2020. A resposta foi lockdown coordenado de economias mundiais, restrição de movimentos, fechamento de igrejas e escolas, obrigação de máscaras, e posteriormente campanha de vacinação universal.
Cada uma dessas medidas era apresentada como “seguindo a ciência”. Na realidade, a ciência estava longe de consenso. Lockdowns nunca haviam sido testados em escala populacional. Máscaras de tecido tinham evidência limitada de eficácia. Vacinas de mRNA eram tecnologia experimental, licenciadas sob autorização emergencial que contornava protocolos normais de teste.
No Brasil, a gestão pandêmica exemplificou a tensão entre patocracia e resistência. O governo Bolsonaro resistiu à ortodoxia do lockdown e da vacinação obrigatória, sendo por isso demonizado pela mídia global como “genocida”. Governadores e prefeitos, em contraste, implementaram medidas draconianas frequentemente sem base legal, fechando comércios, proibindo cultos religiosos, ameaçando com prisão quem descumprisse decretos.
O saldo brasileiro de mais de 600.000 mortes oficiais por COVID é frequentemente atribuído ao governo federal. Análise mais cuidadosa mostra que os estados com medidas mais restritivas não tiveram resultados melhores que os menos restritivos. O vírus seguiu sua curva epidemiológica largamente independente de políticas públicas. Mas a narrativa de culpabilização serviu propósitos políticos, preparando terreno para a perseguição judicial de Bolsonaro.
Agenda Trans e Woke: Destruição Ontológica
A patocracia globalista desenvolveu uma arma que regimes anteriores não possuíam: o ataque à própria estrutura da realidade.
O movimento trans não reivindica apenas tolerância ou direitos para pessoas com disforia de gênero. Reivindica que o sexo biológico é “atribuído ao nascer”, que gênero é construção social indefinidamente fluida, que uma pessoa com cromossomos XY e anatomia masculina pode ser literalmente mulher se assim declarar, e que qualquer discordância dessa proposição é “violência”.
A afirmação “mulheres trans são mulheres” não é reivindicação política comum. É proposição que contradiz biologia, anatomia, genética, história evolutiva e experiência humana universal. Exigir assentimento a essa proposição é exigir submissão epistêmica: a demonstração de que você está disposto a negar evidência dos próprios sentidos para conformar-se à ortodoxia.
O “wokismo”, termo genérico para a constelação ideológica que inclui teoria crítica racial, estudos de gênero, “justiça social” e interseccionalidade, opera pela mesma lógica. Suas proposições centrais (racismo sistêmico, patriarcado, heteronormatividade como estruturas de opressão onipresentes) não são hipóteses a serem testadas, mas dogmas a serem aceitos. Questionar é prova de cumplicidade com a opressão.
A função dessa ideologia na patocracia globalista é tripla. Primeiro, fragmenta sociedades em grupos identitários em conflito permanente, impossibilitando coalizões de resistência. Segundo, fornece pretexto para censura e perseguição: quem discorda é “fascista”, “racista”, “transfóbico”, categorias que justificam exclusão do espaço público. Terceiro, destrói a própria possibilidade de verdade compartilhada, substituindo realidade objetiva por “vivências” subjetivas não contestáveis.
Lobaczewski teria reconhecido imediatamente o padrão. É doublespeak elevado à enésima potência: não apenas palavras com significados invertidos, mas a própria capacidade de significar colocada em questão.
PARTE 5: BRASIL SOB PATOCRACIA
Lulopetismo: Vinte Anos de Aparelhamento
O Brasil, entre 2003 e 2016, viveu experiência de patocracia em formação que, embora interrompida, deixou marcas profundas nas instituições nacionais.
O Partido dos Trabalhadores chegou ao poder federal em 2003 com Lula da Silva, ex-metalúrgico e sindicalista de carisma popular considerável. A promessa era de governo ético que combateria a corrupção endêmica da política brasileira. A realidade foi outra.
O “mensalão”, esquema de compra de votos parlamentares descoberto em 2005, revelou que o PT financiava sua base de apoio no Congresso com propinas mensais. O esquema foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal e resultou em condenações de figuras centrais do partido, incluindo José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil.
Mas o mensalão foi aperitivo. A Operação Lava Jato, iniciada em 2014, expôs esquema de corrupção centenas de vezes maior, envolvendo a Petrobras, empreiteiras, partidos políticos e governos estrangeiros. Bilhões de reais foram desviados em propinas e superfaturamento de contratos. Executivos confessaram. Dinheiro foi rastreado. Documentos foram apreendidos.
Lula foi condenado em três instâncias judiciais por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A condenação foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal, não por inocência provada, mas por questões processuais (incompetência da vara de Curitiba para julgar crimes cometidos em Brasília). O mérito nunca foi reexaminado. Mas a narrativa petista transformou anulação processual em “absolvição” e absolvição presumida em “inocência comprovada”.
O aparelhamento do Estado durante os governos petistas foi sistemático. Empresas estatais tornaram-se feudos de aliados políticos. Fundos de pensão foram saqueados. Universidades federais foram transformadas em centros de doutrinação ideológica. A máquina pública federal cresceu em tamanho e custo enquanto a qualidade dos serviços deteriorava.
A economia, após crescimento inicial impulsionado por commodities e expansão de crédito, colapsou no segundo governo Dilma Rousseff. A recessão de 2015-2016 foi a mais severa da história republicana. O desemprego disparou. A inflação corroeu salários. Empresas fecharam aos milhares. O “país do futuro” tornou-se o país do desespero.
STF: O Judiciário Como Arma
O Supremo Tribunal Federal brasileiro transformou-se, nos últimos anos, em ator político central e cada vez mais controverso.
O ministro Alexandre de Moraes tornou-se figura particularmente emblemática. Nomeado por Michel Temer em 2017, Moraes assumiu a relatoria do “Inquérito das Fake News” (INQ 4781), procedimento de natureza juridicamente discutível que investiga supostas ameaças e ataques online contra ministros do STF.
O inquérito, aberto de ofício pelo então presidente do STF Dias Toffoli em 2019, concentra poderes investigativos, acusatórios e judiciais na mesma pessoa. Moraes é simultaneamente vítima (enquanto membro do tribunal atacado), investigador (conduzindo diligências), acusador (formulando imputações) e juiz (decidindo sobre prisões e medidas cautelares). Essa concentração viola princípios elementares do devido processo legal reconhecidos em qualquer democracia.
Sob a égide desse inquérito e de outros correlatos, Moraes ordenou prisões preventivas de jornalistas, empresários e parlamentares sem julgamento. Determinou bloqueio de contas bancárias. Mandou apreender passaportes. Ordenou a suspensão nacional do X (antigo Twitter) quando Elon Musk recusou-se a nomear representante legal no Brasil e cumprir ordens de remoção de contas.
As ordens de Moraes frequentemente são expedidas em segredo, sem fundamentação publicizada, cumpridas pela Polícia Federal e só posteriormente (se tanto) levadas ao conhecimento de advogados de defesa. O devido processo legal, a presunção de inocência, o direito a julgamento público tornaram-se luxos concedidos ou negados conforme conveniência política.
Em 2024, o Tesouro dos Estados Unidos, sob administração Trump, sancionou Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite sanções contra estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos. É a primeira vez que um ministro da Suprema Corte de uma democracia aliada é sancionado pelos EUA por violações de direitos humanos.
A Perseguição a Bolsonaro
Jair Bolsonaro, presidente entre 2019 e 2022, tornou-se alvo de perseguição judicial sem precedentes na história do Brasil democrático.
Bolsonaro foi inelegibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral em junho de 2023, por suposto “abuso de poder político” ao questionar a segurança das urnas eletrônicas em reunião com embaixadores. A “pena” foi perda de direitos políticos por oito anos, impedindo-o de disputar as eleições de 2026.
Note-se a inversão: questionar publicamente a segurança de um sistema eleitoral é, em qualquer democracia, exercício de liberdade de expressão. Nos Estados Unidos, questionamentos sobre eleições são rotineiros. Em diversos países europeus, urnas eletrônicas similares às brasileiras foram rejeitadas por risco de fraude impossível de auditar. No Brasil, o mesmo questionamento tornou-se crime eleitoral punível com inelegibilidade.
Além da inelegibilidade, Bolsonaro enfrenta múltiplos inquéritos e processos: suposta tentativa de golpe de Estado, suposta falsificação de certificados de vacinação, supostas joias recebidas como presente, suposta incitação a atos antidemocráticos. Cada acusação gera novos inquéritos, novas apreensões, novas restrições. O padrão é o de “lawfare”: uso de instrumentos jurídicos para destruição política.
Em 2025, Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão por suposta tentativa de golpe de Estado no episódio de 8 de janeiro de 2023. Ele sequer estava no país naquela data. Mas a “associação criminosa” com manifestantes que invadiram prédios públicos foi imputada com base em “contexto geral” de seus discursos e posições políticas.
Censura Total: O Brasil de 2024-2025
O bloqueio nacional do X (Twitter) em agosto de 2024 representou escalada qualitativa na censura brasileira.
Alexandre de Moraes ordenou que todas as operadoras de internet do país bloqueassem acesso à plataforma, sob pena de multa de R$ 50.000 por dia a qualquer usuário que utilizasse VPN para contornar o bloqueio. A ordem foi cumprida. Por semanas, mais de 20 milhões de brasileiros usuários do X ficaram sem acesso à principal plataforma global de debate político.
A justificativa oficial foi a recusa da empresa em nomear representante legal no Brasil e cumprir ordens de remoção de contas que Moraes considerava difusoras de “desinformação”. Elon Musk, proprietário do X, recusou-se a cumprir ordens que considerava violadoras de liberdade de expressão. Moraes escalou até o bloqueio total.
O episódio revelou a fragilidade da liberdade de expressão no Brasil. Uma única autoridade, sem julgamento, sem contraditório, sem possibilidade de recurso efetivo, pode silenciar dezenas de milhões de cidadãos. A plataforma só foi desbloqueada após meses, quando advogados brasileiros contratados pelo X formalmente se submeteram às exigências de Moraes.
Paralelamente, jornalistas e comentaristas que criticam o governo Lula ou o STF enfrentam intimidação sistemática. Processos judiciais multiplicam-se. Operações policiais amanhecem em residências. A mensagem é clara: criticar custa caro.
PARTE 6: A RESISTÊNCIA POSSÍVEL
Trump: Sobrevivendo ao Lawfare
Donald Trump oferece exemplo de resistência bem-sucedida a patocracia.
Desde sua descida da escada rolante em 2015 para anunciar candidatura, Trump foi alvo de operação de destruição coordenada entre mídia, inteligência, judiciário e estabelecimento político de ambos os partidos. A narrativa da “colisão russa” consumiu dois anos de sua presidência antes de ser desmentida pela investigação Mueller. Os dois impeachments fracassaram. Dezenas de processos judiciais foram movidos em múltiplas jurisdições.
O “lawfare” contra Trump atingiu níveis sem precedente na história americana. Um promotor distrital de Nova York, financiado por George Soros, conseguiu condenação criminal por falsificação de registros de contabilidade. O caso, construído sobre teoria jurídica nunca antes testada, foi amplamente criticado até por juristas liberais como absurdo técnico. Mas a condenação foi obtida.
Mesmo assim, Trump venceu a eleição de 2024. Retornou ao poder apesar de todo o aparato montado para impedi-lo. Sua vitória demonstrou que resistência é possível quando há base popular suficientemente mobilizada e determinada.
A lição para conservadores brasileiros é dupla. Primeiro, a perseguição judicial não precisa ser aceita como destino. Pode ser combatida política, midiática e juridicamente. Segundo, a mobilização popular é indispensável. Trump sobreviveu porque milhões de americanos reconheceram a natureza política da perseguição e recusaram-se a abandoná-lo.
Milei: Destruindo Patocracia na Argentina
Javier Milei, presidente argentino desde dezembro de 2023, representa outro modelo de resistência: o enfrentamento direto e radical.
A Argentina, após décadas de governos peronistas e kirchneristas, era caso terminal de patocracia sul-americana. Inflação acumulada de três dígitos anuais. Pobreza superior a 40%. Aparato estatal hipertrofiado, corrupto e ineficiente. Moeda nacional sem credibilidade. Classe média destruída.
Milei chegou ao poder com agenda explicitamente libertária: redução radical do Estado, eliminação de ministérios, privatização de empresas estatais, dolarização da economia. Sua retórica era tão incendiária quanto suas propostas: chamava opositores de “zurdos de mierda” (esquerdistas de merda), portava motosserra em comícios, comparava a “casta política” a parasitas.
No primeiro ano de governo, Milei cortou gastos públicos em mais de 30%. Eliminou ministérios inteiros. Demitiu dezenas de milhares de funcionários públicos. A inflação, embora ainda alta, começou a ceder. O déficit fiscal transformou-se em superávit. A confiança internacional, medida por risco-país, melhorou dramaticamente.
Milei enfrenta resistência feroz da patocracia que está desmontando. Sindicatos organizam greves. Mídia o demoniza. Juízes tentam bloquear reformas. Mas ele persiste. E os resultados começam a aparecer.
Para o Brasil, Milei demonstra que desmontar patocracia é possível, mesmo em estágio avançado. Requer determinação, clareza de propósito e disposição para enfrentar resistência coordenada de todos os beneficiários do sistema corrupto.
Orbán e Meloni: Europa Resistindo
Na Europa, Viktor Orbán na Hungria e Giorgia Meloni na Itália representam resistência conservadora dentro da União Europeia.
Orbán, no poder desde 2010, construiu o que chama de “democracia iliberal”: sistema que preserva eleições competitivas, mas rejeita a ortodoxia progressista da UE em questões de imigração, família, soberania nacional. A Hungria recusa cotas de imigrantes, defende casamento tradicional, protege crianças de propaganda LGBT em escolas.
Meloni, primeira mulher a governar a Itália, chegou ao poder em 2022 liderando partido com raízes no pós-fascismo italiano. Sua agenda enfatiza controle de fronteiras, defesa da nação, valores cristãos. Enfrenta pressão constante de Bruxelas, mas mantém-se firme em posições que, uma geração atrás, seriam consideradas consenso de senso comum.
Ambos demonstram que a União Europeia, apesar de seu imenso poder burocrático, não é invencível. Governos nacionais determinados podem resistir, especialmente quando têm apoio popular genuíno.
Estratégias de Resistência
A resistência à patocracia opera em múltiplos níveis, exigindo estratégias diferenciadas.
No nível individual, o primeiro passo é recusar o doublespeak. Não aceite definições impostas pela patocracia. Homem é homem. Mulher é mulher. Crime é crime. Corrupção é corrupção. A linguagem é o campo de batalha primário; quem controla as palavras controla o pensamento.
Proteja sua mente da ressonância algorítmica. Diversifique fontes de informação. Busque ativamente perspectivas que as plataformas não promovem. Reconheça quando está sendo manipulado emocionalmente. A raiva e o medo que você sente consumindo notícias são, frequentemente, produtos de design.
Construa comunidade física. A atomização é a vulnerabilidade que a patocracia explora. Família, igreja, vizinhança, associações voluntárias, são tecidos sociais que oferecem resistência a manipulação. Quem tem comunidade real é menos dependente de comunidade virtual, e portanto menos controlável.
No nível coletivo, a organização política é indispensável. Conservadores precisam de partidos, movimentos, lideranças que articulem resistência de forma coordenada. A fragmentação beneficia a patocracia; a unidade a ameaça.
Apoie instituições que resistem. Mídia independente, organizações jurídicas de defesa de liberdades, think tanks conservadores, igrejas que não se curvam. Recursos (tempo, dinheiro, talento) devem fluir para onde fazem diferença.
Engaje-se eleitoralmente, apesar das dificuldades. Eleições em sistemas parcialmente corrompidos são imperfeitas, mas são o mecanismo disponível para mudança pacífica. Trump venceu apesar do sistema. Milei venceu apesar do sistema. Vitórias são possíveis.
No nível cultural, a longa marcha da esquerda através das instituições deve ser respondida com marcha equivalente. Conservadores precisam reconquistar posições na educação, nas artes, na mídia, na academia. É trabalho de gerações, mas indispensável.
Conte histórias. A narrativa é a arma mais poderosa da guerra cultural. Conservadores tendem a argumentar; progressistas tendem a narrar. Argumentos convencem intelecto; narrativas movem corações. Precisamos fazer ambos.
PARTE 7: POR QUE PONEROLOGIA IMPORTA
O Conhecimento Como Arma
Lobaczewski insistia que o conhecimento sobre ponerologia era, em si mesmo, uma forma de defesa. Ele chamava de “imunidade psicológica” a capacidade de uma sociedade de reconhecer e rejeitar pensamento patológico.
Sociedades saudáveis desenvolvem naturalmente certa imunidade. Mentiras óbvias são rejeitadas. Líderes com características claramente patológicas são marginalizados. Instituições funcionam como filtros que impedem a ascensão dos piores.
Mas essa imunidade pode ser comprometida. Crises prolongadas (econômicas, militares, sanitárias) fatigam a capacidade de julgamento. Propaganda constante normaliza o antes inaceitável. Censura impede circulação de informação corretiva. A erosão é gradual, frequentemente imperceptível até ser tarde demais.
O estudo da ponerologia restaura imunidade ao tornar visíveis os mecanismos que operariam de outro modo invisíveis. Quem conhece os padrões reconhece os padrões. Quem reconhece os padrões resiste aos padrões.
Checklist: Reconheça um Patocrata
Como identificar líderes ou sistemas potencialmente patocráticos? Lobaczewski e seus colaboradores desenvolveram indicadores:
Sinais de liderança patológica:
- Grandiosidade narcisista desproporcional a realizações reais
- Incapacidade de admitir erro, mesmo diante de evidência esmagadora
- Culpabilização sistemática de outros por fracassos próprios
- Manipulação constante de narrativas e fatos
- Crueldade ou indiferença a sofrimento alheio, frequentemente disfarçada de “realismo”
- Paranoia sobre inimigos onipresentes
- Exigência de lealdade absoluta como condição de proximidade
- Descarte sumário de aliados que se tornam inconvenientes
Sinais de sistema patocrático:
- Seleção negativa: competentes e íntegros são excluídos, medíocres e corruptos ascendem
- Doublespeak institucionalizado: palavras significam o oposto do dicionário
- Perseguição de dissidentes por meios legais ou extralegais
- Controle de informação: censura, propaganda, supressão de vozes discordantes
- Erosão de limites: poderes expandem além de mandatos originais
- Polarização artificial: população mantida em conflito permanente
- Degradação de qualidade: serviços públicos, economia, vida cívica deterioram enquanto elite prospera
Nem todo líder desagradável é psicopata. Nem todo sistema disfuncional é patocracia. Mas a convergência de múltiplos indicadores deve acender alertas.
O Custo da Ignorância
O século XX ofereceu demonstração devastadora do preço da ignorância sobre ponerologia.
O comunismo, em suas várias manifestações (soviética, chinesa, cambojana, cubana, norte-coreana e dezenas de outras), matou mais de 100 milhões de pessoas. É o maior projeto de assassinato em massa da história humana. Supera Hitler. Supera qualquer guerra. Supera todas as epidemias.
E não foi acidente. Foi consequência lógica de sistemas patocráticos operando segundo suas naturezas. Sociedades que não compreenderam o que enfrentavam foram destruídas por dentro, por seus próprios governos, transformados em máquinas de morte.
A ignorância ocidental sobre a natureza desses regimes facilitou sua sobrevivência. Intelectuais que deveriam saber melhor romantizaram a União Soviética, desculparam a China de Mao, peregrinaram a Cuba. A mídia ocidental repetiu propaganda comunista como se fosse reportagem. Governos apaziguaram onde deveriam confrontar.
Lobaczewski escreveu para que essa ignorância não se repetisse. O Ocidente ignorou. E agora enfrenta a emergência da patocracia gloBaalista que reproduz, em forma adaptada ao século XXI, os mesmos mecanismos que produziram os horrores do século XX.
2025: Estamos Aqui Novamente
O momento presente representa um teste crítico para a civilização ocidental.
As forças descritas ao longo deste artigo, WEF, ONU, Big Tech, patocracia globalista em suas várias manifestações, não são especulação. São realidade documentável. Seus documentos são públicos. Suas ações são visíveis. Seus representantes falam abertamente sobre suas intenções.
Eles querem um mundo sem fronteiras nacionais. Sem propriedade privada. Sem família tradicional. Sem identidade sexual biologicamente definida. Sem religião (exceto como folclore inofensivo). Sem dissidência permitida. Com governança por especialistas não eleitos. Com comportamento monitorado por tecnologia onipresente. Com conformidade garantida por sistema de crédito social.
Esse mundo não é distopia de ficção científica. É o mundo que o Great Reset explicitamente propõe. É o mundo que a Agenda 2030 operacionalmente constrói. É o mundo para o qual cada crise, real ou fabricada, serve de pretexto para aproximação.
A resistência conservadora, nacionalista, cristã, libertária, em suas várias formas, é o obstáculo. Trump é obstáculo. Bolsonaro é obstáculo. Milei é obstáculo. Orbán é obstáculo. A Igreja que não se curva é obstáculo. O cidadão que se recusa a repetir mentiras é obstáculo.
A patocracia globalista não pode tolerar obstáculos. Por isso a perseguição. Por isso o lawfare. Por isso a censura. Por isso a demonização. Eles precisam vencer não porque são fortes, mas porque são poucos. Os famosos 6% de Lobaczewski. Mais os 12-18% de idiotas úteis. Juntos, ainda são minoria.
A maioria, os 82% que experimentam patocracia como opressão alienígena, precisa despertar. Precisa compreender. Precisa organizar-se. Precisa resistir.
EPÍLOGO: LOBACZEWSKI ESTAVA CERTO
Andrew Lobaczewski morreu em 2007, um ano após finalmente ver sua obra publicada. Não viveu para testemunhar sua vindicação.
Mas estava certo. Sobre tudo.
O mal político não é acidente. É processo. Com etapas. Com atores. Com padrões. Com mecanismos. Pode ser estudado. Pode ser compreendido. Pode ser combatido.
Os regimes totalitários do século XX não foram anomalias irrepetíveis. Foram manifestações de possibilidade permanente da condição humana: a possibilidade de que psicopatas organizados capturem poder e o utilizem contra populações inteiras.
Essa possibilidade não desapareceu. Está se realizando novamente, agora em escala global, com tecnologia que Lobaczewski não poderia imaginar, mas segundo a lógica que ele perfeitamente descreveu.
A Ponerologia Política é o mapa. Mostra o terreno. Identifica armadilhas. Sugere caminhos.
Mas mapas não caminham sozinhos. Precisam de viajantes.
A pergunta que Lobaczewski deixou para as gerações seguintes, gerações que agora somos nós, é simples: tendo conhecimento, o que faremos com ele?
A resposta, como sempre nas questões que realmente importam, é individual. Cada um decidirá. Cada um arcará com as consequências de sua decisão.
Os 6% estão contando com nossa passividade. Contando com nosso cinismo. Contando com nosso conforto. Contando com nossa ignorância.
Provemos que contam errado.
REFERÊNCIAS
Fontes Primárias
LOBACZEWSKI, Andrew. Political Ponerology: The Science of Evil, Psychopathy, and the Origins of Totalitarianism. Red Pill Press, 2006. (Edição revisada e expandida: 2022)
SOLZHENITSYN, Aleksandr. The Gulag Archipelago. Harper & Row, 1973.
ARENDT, Hannah. The Origins of Totalitarianism. Harcourt, 1951.
ARENDT, Hannah. Eichmann in Jerusalem: A Report on the Banality of Evil. Viking Press, 1963.
HARE, Robert. Without Conscience: The Disturbing World of the Psychopaths Among Us. Guilford Press, 1993.
BABIAK, Paul; HARE, Robert. Snakes in Suits: When Psychopaths Go to Work. Regan Books, 2006.
Estudos e Análises
STOUT, Martha. The Sociopath Next Door. Broadway Books, 2005.
ALTEMEYER, Bob. The Authoritarians. University of Manitoba, 2006.
BROWNING, Christopher. Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland. HarperCollins, 1992.
ZIMBARDO, Philip. The Lucifer Effect: Understanding How Good People Turn Evil. Random House, 2007.
MILGRAM, Stanley. Obedience to Authority: An Experimental View. Harper & Row, 1974.
História do Totalitarismo
COURTOIS, Stéphane et al. The Black Book of Communism: Crimes, Terror, Repression. Harvard University Press, 1999.
CONQUEST, Robert. The Great Terror: A Reassessment. Oxford University Press, 1990.
DIKÖTTER, Frank. Mao’s Great Famine: The History of China’s Most Devastating Catastrophe. Walker & Company, 2010.
SHORT, Philip. Pol Pot: Anatomy of a Nightmare. Henry Holt, 2004.
Contexto Brasileiro
CARVALHO, Olavo de. O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota. Record, 2013.
GUZZO, J. R. Colunas e artigos em Veja e Revista Oeste (2014-2024).
Relatórios da Operação Lava Jato (Ministério Público Federal, 2014-2021).
Acórdãos do STF nos casos relacionados ao Inquérito das Fake News (INQ 4781).
Globalismo e Patocracia Contemporânea
SCHWAB, Klaus. The Great Reset. World Economic Forum, 2020.
SCHWAB, Klaus. The Fourth Industrial Revolution. Currency, 2017.
Documentos oficiais da Agenda 2030 (ONU).
Twitter Files (Taibbi, Weiss et al., 2022-2023).
Artigos e Análises Online
“The Science of Evil: A Personal Review of Political Ponerology” - Mises Institute
“Political Ponerology: A Psychological Anatomy of Evil, Politics and Public Trauma” - Winter Watch
Documentação da Open Society Foundations (grants database).
Relatórios do World Economic Forum sobre Young Global Leaders.
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Este artigo é dedicado à memória de Andrew Lobaczewski e de seus colegas que pagaram com a liberdade ou a vida pela ousadia de estudar cientificamente o mal no poder. Que seu sacrifício não tenha sido em vão.
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Leonardo Dias é jornalista, podcaster do Rádio Café e fundador da Arvor. Acompanhe no X e no Substack: Leonardo Dias
Marcos Paulo Candeloro é jornalista, cientista político e historiador. Acompanhe no X e no Substack: Marcos Paulo Candeloro







